Travessias

Sobre a balsa, a magrela desliza sobre o "lago" de Três Marias.


O Circuito São Francisco, esse episódio interessante de Com a magrela na estrada, esteve, desde antes de nascer, dividido em três naturais etapas:
- a subida, a partir de Vila Velha, ES, da Serra da Canastra, para lá saudar o Chico no seu berço montanhês;
A chegada a São Roque. Ao fundo a Canastra.
- a descida com o rio até ele "bater no meio do mar";
Ponte ferroviária (em desuso) sobre o São Francisco, Pirapora
- e o retorno para o Espírito Santo, transpondo o litoral de Sergipe e da Bahia, pra depois mergulhar no litoral norte capixaba.
Mas tem umas outras partes também importantes no decorrer da viagem.
E acabo de concluir um desses pedaços internos do pedal: saí hoje pela manhã de Minas Gerais.
Isso.
Atravessei esse importante estado brasileiro por um roteiro pouco usual:
entrei pela sua Zona da Mata, em Muriaé, no dia 30 de outubro; cruzei o Campo das Vertentes até alcançar os sopés da Canastra no Sudoeste de Minas (neste trecho da viagem, pedalei extensamente pelo que nos séculos XVII e XVIII se chamou Picada de Goiás - depois Caminho de Goiás);
daí comecei a descer - no passo do Velho Chico - tangenciando parte do Oeste e da região Central mineira, para, agora no final pedalar longamente por todo o Norte das Minas Gerais.
Hoje, 29 de novembro, bem no início da manhã, transpus (acompanhado da silenciosa magrela), de canoa, a linha fronteiriça fluvial que separa Minas Gerais da Bahia: o formoso (e caudaloso) rio Carinhanha.
Foram 30 dias de pedal e alguma coisa próxima dos 1.800 km.
Muitas minas se espalham por essas Minas Gerais é o que pude constatar, ver, sofrer, sentir.
Agora, só peço a Carinhanha - cidade bela, negra, iluminada - que me abra com alegria e doce expectativa as portas da Bahia, das bahias.
Para mais uma travessia.
A magrela, já com "os pés" em território baiano, posa ao lado do "Humbuzeiro" e do doce Carinhanha.




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